12 de dezembro de 2018

The Clovehitch Killer | O Assassino de Clovehitch (2018)


Existe uma fórmula que muitos filmes de terror utilizam para maximizar o impacto que o seu antagonista, seja ele personificado ou não, tem perante os ditos bons da fita. Mas o que acontece quando essa mesma fórmula é utilizada noutros moldes, onde a revelação do antagonista acaba por dar azo a uma situação mais real ao que se está habituado? Esta é a pergunta que o realizador Duncan Skiles e o argumentista Christopher Ford fazem em O Assassino de Clovehitch.

Vivendo numa pequena vila pacata, onde o estilo de vida é dominado entre os habitantes pelo cristianismo, conhecemos Tyler (Charlie Plummer) e Don (Dylan McDermott), pai e filho, que fazem parte do grupo de escuteiros locais. A certo dia, Tyler encontra provas que incriminam o seu pai nos crimes do assassino de Clovehitch, criando assim uma tensão irreparável entre eles.


Confrontado com o material que muda o mundo de Tyler, este recorre a Kassi (Madisen Beaty), uma rapariga ateia, com uma visão oposta da comunidade onde vive, que aceita ajudar o rapaz a resolver este caso e confirmar ou desmentir o envolvimento do seu pai nas mortes perversas de inocentes.

Um dos aspectos mais incríveis é a ausência de sangue neste filme, apesar da sua narrativa violenta, nunca vemos nenhuma morte. O que o filme faz melhor é conjugar todas as nossas suspeitas e medos e aglomerar numa ansiedade emocional onde nunca sabemos bem o que vai acontecer e quando, deixando-nos à beira dos nossos assentos.


Mais incrível é Dylan McDermott, que encara o papel da sua vida, que após diversas participações em inúmeros filmes e séries, mostra a sua faceta como pai divertido mas secretamente mórbido. Sabemos muito cedo no filme onde a sua personagem encaixa nesta história, mas o mesmo deixa no ar várias dúvidas que nos incrédulos das suas verdadeiras intenções. Afinal, estamos habituados a este tipo de revelações no final da película. Mas O Assassino de Clovehitch é um monstro diferente.

Um dos pontos que mais divide as susceptibilidades é o clímax do filme, onde vemos primeiro os acontecimentos pelo lado de Don, e depois pelos olhos de Tyler. Uma decisão criativa que frequentemente serve apenas para adiar o inevitável parece inicialmente seguir o mesmo rumo que outros antecessores, mas rapidamente nos recompensa com um finale aterrador, digno da narrativa quer contar.


Cumprindo numa base que aparenta ser difícil no cinema de género, O Assassino de Clovehitch é um filme que utiliza a sua subversão do terror num ambiente novo, ou assim o faz parecer. Chocante é ele não ser baseado em factos reais, porque o medo é genuíno e poderia acontecer num bairro qualquer.

Nota Final: 3.5/5

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